sábado, 3 de maio de 2014

Famoso Físico Brasileiro



Cesare Mansueto Giulio Lattes (1924-2005)
Físico brasileiro nascido em Curitiba, PR, que comprovou a existência dos mésons ou príons, partículas de massa entre a do elétron e a do próton e que mantém o núcleo do átomo coeso, existentes na radiação cósmica, ao expor chapas fotográficas à ação dos raios cósmicos, numa experiência realizada nos Andes bolivianos (1947). Filho de Giuseppe Lattes e de D. Carolina Maria Rosa Lattes, fez seu estudos primários na Escola Americana de Curitiba (1929-1933) e secundário no Instituto Médio Dante Alighieri, em São Paulo (1934-1938). Ingressou no Departamento de Física da Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, concluindo o Bacharelado em Física e Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1943), onde passou a ensinar física teórica e matemática (1944). Desenvolveu pesquisas de física na Universidade de Bristol, Reino Unido (1944-1945), e apenas três anos depois de se formar na USP, partiu para os Andes bolivianos, onde instalou um laboratório a 5.600 metros de altitude, na montanha de Chacaltaya, distante cerca de 20km de La Paz, com o apoio da Universidade de Bristol, da Grã-Bretanha. A ele se uniram os físicos Giuseppe Occhialini e Cecil Frank Powell, que liderava a observação da ação de raios em chapas fotográficas com bórax, um composto do elemento químico boro. Nos Andes bolivianos (1947), conseguiu verificar experimentalmente a existência dos mésons pesados oupíons, que se desintegram num novo tipo de méson, o méson pi, com emissão de um neutrino.  e já previstas por meio de cálculos (1935) pelo japonês  O méson pi, também chamado de píon, é uma partícula subatômica cuja existência havia sido prevista (1935) pelo físico japonês e NobelHideki Yukawa, tentando responder por que o núcleo do átomo mantém-se coeso embora composto por prótons, com carga positiva, e nêutrons, com carga neutra. Assim ele previu que prótons e nêutrons deveriam intercambiar alguma partícula portadora da força que os mantém unidos no núcleo do átomo. A descoberta tornou-se um dos pilares da Física Moderna e colocou o brasileiro entre os mais influentes pesquisadores no país e do mundo. Por sua descoberta e sua contribuição ao conhecimento científico, Lattes foi incluído como verbete na Enciclopédia Britânica e em outros livros sobre a história da ciência. O brasileiro publicou um artigo histórico sobre a descoberta no periódico científico Nature, um dos mais prestigiosos do mundo, defendendo o méson pi. Pela descoberta do méson pi seu orientador, Powell, recebeu o Prêmio Nobel de Física (1950), embora tenha sido o talento do brasileiro que permitiu a descoberta. Apesar dos mésons serem umas partículas fundamentais, até sua descoberta, a estrutura do átomo era conhecida apenas por meio de suas três partículas elementares: próton, nêutrons e elétrons. Fundou (1949) com José Leite Lopes, outro físico brasileiro notável, o Centro.Brasileiro de Pesquisas Físicas, o CBPF, no Rio de Janeiro, instituição da qual também foi diretor. Depois (1948) conseguiu produzir artificialmente o méson pi na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, por meio da aceleração de partículas alfa no cíclotron, trabalhando com o físico americano Eugene Gardner. Trabalhou também na Universidade de Chicago (1950). Realizou diversas pesquisas no Brasil, além de incentivar parcerias acadêmicas, sendo a mais profícua delas com o Japão, quando orientou (1969) um grupo de cientistas brasileiros e japoneses que determinou a massa das bolas de fogo, fenômeno originado do choque intenso de partículas com energia muito elevada, que se supunha serem nuvens de mésons. Foi professor da USP e da Unicamp, onde se aposentou (1986), quando lhe foram conferidos pela Unicamp, os títulos de professor emérito e de doutor honoris causa. Avesso a homenagens públicas, sempre adiou a data para a cerimônia, até que os títulos foram-lhe entregues em sua casa pelo reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz (2004). Aposentado afastou-se do ambiente acadêmico mas não do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, e o cientista passou seus últimos anos entre Campinas e o Rio, onde ainda acompanhava as atividades da CBPF. Viúvo de Martha Siqueira Neto Lattes, pai quatro filhas e com nove netos, reconhecido no mundo inteiro pela descoberta do méson pi, morreu aos 80 anos, no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de São Paulo, a Unicamp, em Campinas, após uma parada cardíaca, cidade onde foi sepultado, ao lado do túmulo de sua mulher. Muitos julgam que ele mereceu o Nobel de Física em pelo menos em duas ocasiões: pela descoberta do méson pi ou pela sua produção artificial. Membro da Academia Brasileira de Ciências, da União Internacional de Física Pura e Aplicada, do Conselho Latino-Americano de Raios Cósmicos, das Sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física, entre outras associações. Entre prêmios, medalhas e comendas, recebeu, no Brasil, o Prêmio Einstein (1950), o Prêmio Fonseca Costa, do CNPq (1958), a Medalha Santos Dumont (1989), a Medalha comemorativa dos 25 anos da SBPC e placa comemorativa dos 40 anos dessa sociedade, o símbolo do Município de Campinas (1992) e muitos outros. Foi reconhecido pelo governo boliviano, que lhe concedeu o título de cidadão honorário daquele país (1972), pelo governo da Venezuela, que lhe conferiu a comenda Andrés Bello (1977), e pela Organização dos Estados Americanos, que lhe outorgou o prêmio Bernardo Houssay (1978). Também recebeu o Prêmio de Física da Academia do Terceiro Mundo (1987).

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/CesaLate.html

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